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Obesidade Infantil

Este mês abordo sobre Obesidade Infantil  para fazer juz a Lei nº 14.095 de 06/12/2006 que intitulou o mês de junho como o mês de saúde preventiva da Obesidade Infantil.

Obesidade

Obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que causa prejuízos à saúde do indivíduo. A obesidade coincide com um aumento de peso, mas nem todo aumento de peso está relacionado à obesidade, a exemplo de muitos atletas, que são “pesados” devido à massa muscular e não adiposa.

Existem diversos tipos de obesidade quanto à distribuição de gordura. Os mais característicos são o que dá ao corpo o formato de uma maçã (mais comum em homens) e o que torna o corpo parecido com uma pêra, fino em cima e largo nos quadris e nas coxas (mais comum em mulheres). A obesidade em forma de maçã está associada a doenças como o diabete não dependente de insulina (tipo II) e as enfermidades cardiovasculares. A obesidade em forma de pêra está associada à celulite e varizes, além de problemas de pele e ortopédicos.

Epidemiologia

O número de crianças e adultos obesos é cada vez maior, tanto em países pobres ou ricos e até mesmo em países que se caracterizam por uma população magra, como é o caso do Japão. A Organização Mundial de Saúde passou a considerar a obesidade como um problema de saúde pública tão preocupante quanto à desnutrição.

No Brasil, estima-se que 20% das crianças sejam obesas e que cerca de 30% da população adulta apresentem algum grau de excesso de peso, sendo 25% casos mais graves. A obesidade é um problema sério em todas as regiões do país, mas a situação é ainda mais crítica no Sul. De acordo com dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) de 1989, a prevalência de obesidade em brasileiros com mais de 18 anos de idade é de 28%, no caso dos homens, e de 38% no caso das mulheres. Nos Estados Unidos, a prevalência é de 34% em homens e de 55% em mulheres, com idade entre 20 e 64 anos. Apesar das diferenças econômicas, os países, desenvolvidos ou não, vivem o mesmo problema da alta e crescente prevalência de excesso de peso.

O número de obesos é maior nas áreas urbanas e também está relacionado ao poder aquisitivo familiar. Quanto maior a renda, maior a prevalência de obesidade, mas esta é cada vez mais alta em mulheres de baixa renda e tende a se estabilizar ou até mesmo diminuir nas classes de renda mais elevada. A presença do excesso de peso na população menos favorecida pode ser explicada pela falta de orientação alimentar adequada, atividade física reduzida e pelo consumo de alimentos muito calóricos, como gordura e açúcar. Tais alimentos são mais baratos e fazem parte de hábitos alimentares tradicionalmente incorporados. O problema da obesidade cresce menos entre a população mais privilegiada porque ela tem maior acesso a informações sobre os prejuízos que a doença acarreta a melhora dos hábitos alimentares e a prática de atividade física regular.

Causas da Obesidade

As principais causas são:

Predisposição genética

Crianças de pais obesos apresentam maior risco de se tornarem obesas quando comparadas às crianças cujos pais apresentam peso normal. O quadro a seguir mostra a porcentagem de risco de uma criança se tornar obesa relacionada à obesidade dos pais:

Risco para a criança

Ambos obesos 80%

Pai ou mãe obeso (a) 50%

Ambos não obesos 10%

Alimentação inadequada

As pessoas engordam por quatro motivos: comem muito, têm gasto calórico diminuído, acumulam gorduras mais facilmente ou têm mais dificuldade de queimá-las.

A falta de tempo tem marcado a relação das pessoas com a alimentação e o prazer com a alimentação tem sido cada vez mais fast, de consumo imediato, dificultando até os mecanismos de saciedade o que permiti que a pessoa coma quantidades exageradas de alimentos altamente calóricos. As crianças têm sido expostas cada vez mais cedo a este tipo de alimentação por diversos fatores como o aumento na jornada de trabalho dos pais, o bombardeiro de propagandas que estimulam o hábito de comer petiscos entre as refeições.

O prêmio em doce e guloseima para criança colabora com o desenvolvimento da obesidade.

Como já vimos, a obesidade apresenta várias causas, mas talvez a mais simples de ser compreendida e também a mais divulgada (mas nem por isso a mais comum) seja um maior consumo de alimentos (calorias) em relação a um menor gasto de energia. É preciso deixar claro que nem sempre os gordos apresentam excesso de peso só porque comem muito, pois existem outros motivos para o ganho de peso. No entanto, são bem verdade que, em muitos casos, os exageros na alimentação são os responsáveis pelos quilos a mais. Maus hábitos alimentares também ajudam a engordar, tais como:

  1. Não ter horários fixos para comer, ou seja, “beliscar” a toda hora.
  2. A pessoa perde o controle da quantidade que comeu e acaba comendo muito, sem nem perceber.
  3. Exagerar no consumo de alimentos gordurosos, como frituras, manteigas, óleos, doces cremosos, chocolates etc.
  4. Fazer “dietas da moda”, responsáveis pelo efeito ioiô, isto é, o “emagrece-e-engorda” dos que fazem esses tipos de dieta (veja mais detalhes no item dietas da moda).
  5. Ficar longos períodos em jejum. A fome e o apetite aumentam e a pessoa acaba comendo mais.
  6. Fazer poucas refeições durante o dia e em grandes volumes. O volume do estômago pode aumentar e também a quantidade de alimentos que a pessoa consegue comer.

 

Redução da atividade física ou sedentarismo

A modificação do estilo de vida nos últimos tempos gerou uma diminuição importante do gasto de energia com atividades cotidianas favorecendo o ganho de peso. Alguns avanços da tecnologia que geram conforto e praticidade (industrialização dos alimentos, elevadores, carro, aparelhos eletrodomésticos e computador) condicionam uma economia de energia para queima de gordura.

Quando comparamos as atividades de lazer das crianças de hoje com as de gerações anteriores, percebemos que brincadeiras como pular corda, amarelinha pega-pega foram substituídos por televisão, jogos de computador, videogames e internet.

O exercício físico é fundamental para aumentar o gasto energético e modular o apetite, pois ajuda a regular os mecanismos cerebrais que controlam a ingestão de alimentos. Também proporciona um aumento da massa corporal magra (músculos) e provoca alterações enzimáticas que facilitam a queima de gordura nos tecidos, o que torna a criança mais propensa a perder peso e a mantê-lo reduzido.

Crianças sedentárias apresentam um gasto calórico reduzido e podem ter mais dificuldade de queimar a gordura e mais facilidade para armazená-la.

Conseqüências

Diversas patologias e condições clínicas estão associadas à obesidade.

Alguns exemplos são:

  1. Dislipidemias
  2. Diabetes melito
  3. Osteoartrite
  4. Apnéia do sono
  5. Diminuição da autoestima e comprometimento nas relações com a própria família, com colegas da escola, com vizinhos, amigos podendo submeter ao bullyng e isolamento social o que leva a sua insatisfação ser preenchida cada vez mais na comida. Esta questão ainda pode torna-se mais grave na adolescência – fase de definição da personalidade e de grande necessidade de aceitação social

O prejuízo que o excesso de peso pode causar a criança já começa na infância podendo se perpetuar até a vida adulta onde começam a aparecer os primeiros sinais e sintomas das conseqüências da obesidade

Tratamento

O objetivo de tratar a obesidade hoje é alcançar um peso saudável e não mais o peso ideal. Mas o que seria o peso saudável? O dos modelos e bailarinas extremamente magras ou dos artistas de televisão?

Com certeza, não. O peso saudável é aquele adequado para desempenhar as atividades (internas e externas) do organismo, nem para mais, nem para menos. Trata-se de um peso onde as complicações associadas à obesidade são nulas ou mínimas.

Um corpo bonito ou magro não é sinônimo de saudável. É necessário analisar cada caso separadamente, pois as necessidades variam de acordo com o indivíduo. Por isso, não é coerente querer ter o corpo igual ao de outra pessoa. O peso saudável varia de pessoa para pessoa. Um nutricionista e/ou médico são os profissionais de saúde que podem avaliar a adequação do peso dos indivíduos.

O tratamento da obesidade varia de acordo com a gravidade da doença.

Em alguns casos, são necessários medicamentos ou até mesmo intervenções cirúrgicas. No entanto, existem recomendações gerais adequadas para a grande maioria dos obesos: educação (ou reeducação) alimentar, atividade física e a participação familiar e comunitária nesse processo. Vamos tratar de esse tema a seguir.

A educação (ou reeducação) alimentar

É preciso que a pessoa entenda e aprenda (ou reaprenda) o significado e a importância de se comer bem (e não bastante!), isto é, de trocar os maus hábitos por bons hábitos alimentares. Trata-se de um novo estilo de vida, de ampliar conceitos, mudar costumes... o que não é nada fácil, ainda que possível. É por isso que a educação alimentar é tão importante.

Esse aprendizado pode e deve ocorrer em qualquer lugar, mas a escola é um espaço privilegiado para o estudo da alimentação e da nutrição como ciência, arte, técnica e história. A escola deve atuar como um laboratório em permanente atividade de busca, de inquietação, de interrogações sobre o homem e as suas condições de vida. Afinal é na escola que se revelam e que podem ser solucionadas as dificuldades que existem fora dela.

Orientações nutricionais

Várias orientações nutricionais são importantes para a educação alimentar.

Confira algumas:

  1. Ofereça a criança  legumes, verduras e frutas em diferentes formas de
  2. Faça – a beber água
  3. Estabeleça horários fixos para se alimentar. Divida a alimentação em cinco ou seis refeições (café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia), reduzindo a quantidade consumida em cada uma delas.
  4. Prepare o prato com toda a quantidade de alimentos a ser consumida, para ter o controle da quantidade que vai comer.
  5. Siga a orientação de Harvard (My plate), consumindo as porções para cada grupo de alimentos de acordo com a idade
  6. Prefira ambientes agradáveis para fazer as refeições e evite que seu filho(a) assista televisão ou brinque na internet ipad i pod enquanto come.
  7. No almoço e no jantar, faça-o(a) comer primeiro os vegetais crus e folhosos,como o alface e a rúcula, pois eles promovem uma sensação de saciedade mais rápida. Isso fará com que sua fome diminua e ela (e) coma os outros alimentos em menor quantidade.

É importante deixar claro que essas são apenas algumas orientações gerais. A obesidade, como já mostramos, é uma doença e como tal deve ser orientada e tratada pelo profissional adequado, neste caso o nutricionista ou médico. O professor deve orientar o aluno ou o responsável por este a dirigir-se a um serviço de saúde para receber informações mais específicas.

Participação da escola e da família

Toda a família deve participar do processo de educação alimentar. A recomendação vale, especialmente quando se trata de mudar os hábitos das crianças, pois elas se espelham nos adultos. O exemplo dos professores e educadores também é fundamental. Convém prestar atenção nos produtos vendidos nas lanchonetes das escolas, pois a maioria não apresenta valor nutritivo, sendo apenas fonte de gorduras e calorias extras.

 

 

 



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