
CERVEJA
Cerveja
Do ponto de vista nutricional, a cerveja contém quantidades significativas de compostos fenólicos como (ácido ferúlico, procianidinas, epicatequinas e xanthohumol), de vitaminas do complexo B (ácido fólico, riboflavina) e minerais (selênio e silício) (SIQUEIRA, 2008) A capacidade antioxidante da cerveja é comparável à do vinho branco (200-300mg/l), mas inferior a do vinho tinto (1000-4000mg/l polifenol).
Por outro lado, dados recentes mostram a presença do flavonóide xanthohumol encontrado no lúpulo e que tem recebido mais atenção nos últimos anos por possuir moléculas poderosas com alta capacidade antioxidante ativadores do BNDF responsável em promover neurogênese, neuroregeneração e neuroproteção nas doenças crônicas neurodegenerativas, alterações cognitivas associadas a idade, distúrbios do humor além de apresentar propriedades anti estrogênicas, anti inflamatórias e anti cancerígenas.(MAGALHÃES PJ, 2009; OBERBAUER E, 2013) Outra substância também não tão comentada, mas presente na cerveja é o silício que segundo as pesquisas possui também efeito neuroprotetor para evitar a excitotocidade, ajudando o organismo contra os efeitos tóxicos do alumínio.
Além deste benefício existem evidências de que o consumo de silício influencia o a densidade óssea através do aumento síntese de colágenos Tipo 1. (CAEY TR) Diversos estudos mostram que compostos fenólicos presentes na cerveja conferem capacidade de seqüestrar radicais livres que causam dano ao DNA e protegem o organismo contra os efeitos genotóxicos de aminas heterocíclicas*. *Aminas heterocíclicas = são substâncias tóxicas produzidas durante a exposição de alimentos a altas temperaturas. Muitas são formadas ao assar, fritar ou cozinhar alimentos por longo período, principalmente os ricos em proteínas, como carnes( churrascos) e pescados.
Dados epidemiológicos demonstram que indivíduos que consomem bebidas alcoólicas fermentadas moderadamente apresentam níveis elevados de HDL demonstrando, portanto em seu consumo maior atividade antioxidante. Aqui vale lembrar que o consumo deverá ser de no máximo 30 ml de etanol (2copos/dia) para homens e 15ml para mulheres (1copo/dia) e quem nunca consome não deve ser estimulado a fazê-lo. Apesar de o álcool fornecer calorias (uma dose de bebida alcoólica contém de 70 a 100kcal) estas são desprovidas de nutrientes como minerais, vitaminas e proteínas.
Muitas pessoas que bebem em excesso podem debilitar o estado nutricional provocando diminuições significativas da ingestão de nutrientes como: Vitamina A, Vitaminas do complexo B (tiamina (B1), riboflavina B2, niacina (B3) piridoxina (B6) e ácido fólico(B9) e Vitamina C. Nestes casos, é sensata a recomendação de alimentos fonte para reposição das perdas e dieta completa embora isto não evite uma eventual lesão cerebral decorrente da toxicidade direta do álcool devido ao seu efeito neurotóxico.
Referências Bibliográficas
- BARBOSA K .Estresse oxidativo: conceito implicações e fatores modulatórios Ver Nutr vol23, n4 p 629-643, 2010.
- CAEY TR Silicon in beer and brewing J sci Food Agric 2010 90(5):784-8
- CUNHA P J; NOVAES M A. Avaliação neurocognitiva no abuso e dependência do álcool: implicações para o tratamento Ver Bras Psquiatr vol 26, suppl 1 p 23
- DEVORE EE et al. Dietary fat intake and Cognitive decline in women with type 2 Diabetes. Diabetes Care; 32:635-640, 2009.
- MACHADO J S et al Dietary factors associated to alzheimer´s disease, Rev Bras Nutr Clin 21(3) 252-7, artigo de revisão, p252-257, 2006
- MAGALHÃES PJ – Fundamentals and health benefits of xanthohumol a natural product derived from hops and beer Nat Prod Commun 4(5):591-610, maio 2009
- MOLTENI R et al. Reverses the harmful effects of consumption of a high –fat diet on synaptric and behavior plasticity derived neurotropic factor neuroscience 123:429-40 p15, 2004.
- OBERBAUER E Chroman=-like cyclic prenyflavonoids promote neuronal differentiation and neurite outgrowth and are neuroprotective J Nutr Biochem 24(11): 1953-62, nov , 2013
- SIQUEIRA P – O processo de fabricação da cerveja e seus efeitos na presença de polifenóis Alim Nutr Araraquara v 19 n 4 p 149-498, out dez, 2008
- ZALESKI M et al. Aspectos neurofarmacológicos do uso crônico e da síndrome de abstinência do álcool Ver Bra Psquiatr. vol 26 suppl 1 p 40-42,2004.
